Leveza de ser

“Você anda mais leve”, “Você parece de bem com a vida”. Depois de ouvir comentários recorrentes como esses de pessoas próximas, parei para pensar sobre o assunto. E é claro, virou “pauta” para mais um texto.

Antes de mais nada, sim, eles tem razão. É incrível como o tempo nos transforma. Para alguns, os benefícios são positivos (como eu), mas não é assim para todo mundo. A verdade é que as circunstâncias nos moldam e são elas que contribuem para nosso estado de espírito. E estas não são provocadas por acaso, meu caro. Muitas vezes somos nós mesmos que provocamos situações em nossas vidas que vão determinar nossa maneira de encarar o mundo, nos fazer sorrir ou resmungar logo cedo. Alguns têm vício por se prender em situações que só geram insatisfações.

Já fui do tipo que reclamava até do ar que respirava. Apesar do momento não ser dos melhores na época, era uma escolha que eu fazia para mim mesma e sofria com ela. Quando me libertei de tudo que me fazia mal, os bons ventos voltaram. Coincidência?! Não. É tudo uma questão de escolhas, decisões que só você pode tomar. Ser feliz, ou conviver com problemas por escolha própria.

Hoje noto ainda mais pessoas assim, negativas como eu era, ou infinitamente piores. Seres incapazes de um bom dia, que fazem de um pequeno obstáculo o fim do mundo. E tudo parece ser um eterno martírio. E efetivamente são, porque assim elas contribuem para que as coisas sejam.

Concordo com o senso comum de que atraímos o que emanamos. O mundo não é colorido e repleto de sorrisos como gostaríamos, mas uma atitude positiva pode, sem dúvida alguma, contribuir para tornar aquilo que não é tão bom em algo mais leve.

Mesmo nos piores dias, não é possível que algo não te faça sorrir. É tudo uma questão de ponto de vista. Focar nos problemas e em coisas negativas, enquanto diminui o que há de bom. Ou notar tudo aquilo que lhe faz feliz, apesar destes e outros obstáculos. Seja um pouco mais observador e olhe ao seu redor, garanto que alguma situação lhe fará ao menos esboçar um sorriso.

Gosto de pensar que o que faz a diferença nos meus dias não são grandes acontecimentos. E sim aquelas coisas que me arrancam sorrisos, descompassam meu coração de uma maneira gostosa de sentir. Tudo aquilo que me tira da entediante monotonia da rotina para me surpreender. Pouco pode ser muito. E é muito. As pessoas deveriam valorizar isso para contribuir para um mundo com seres mais agradáveis ao nosso redor. Menos reclamação, mais valorização das pequenas coisas que fazem a diferença.

Sou feliz ao pensar assim, não porque tenho tudo que quero ou porque não me falta nada, nem tampouco porque nada me aflige. E sim porque troquei as lentes cinzas por coloridas para enxergar o mundo mais leve. E isso é ter uma atitude positiva. Nem uma vida pode ser tão ruim ao ponto de não ter uma mínima coisa boa para apreciar. Otimista demais? Talvez. Prefiro ser assim.

Diante de tudo isso, se tem um conselho que gostaria de dar para pessoas por aí, é para que troquem o vício de ver tudo pelo “lado vazio do copo” pela viciante atitude de buscar fatos, situações alegres e motivos para ser feliz. Tudo fica mais fácil de suportar quando se usar o que há de positivo ao seu redor como força. Experimente!