Para um pai, o que é paternidade ativa?
- josiaportela
- 20 de ago. de 2014
- 4 min de leitura

Texto originalmente publicado no blog Pais que Educam.
Eles também sonham com filhos, atuam ativamente na educação e desenvolvimento das crianças. No mês em homenagem a eles, abrimos a seção de colunas sobre paternidade ativa com histórias de pais que fazem a diferença.
“Ser pai é ser totalmente responsável pela educação, formação e criação de um ser humano. Tudo que você faz e ensina terá resultados catastróficos ou maravilhosos conforme seu empenho”. Quando perguntado sobre o que a paternidade representa para ele, é assim que Maximilian Köberle, 39 anos, responde prontamente. Em uma breve conversa, ele nos mostra como essa essência guia cada passo de sua experiência paterna.
Pai de um casal com 8 e 5 anos, o advogado revela que a paternidade era um sonho de infância. “Sempre quis ser pai. Quando criança ficava imaginando as situações que passava e como faria quando isso acontecesse”, conta.
Para ele, o desejo que se concretizaria naturalmente, desde que cumpridos alguns planos. “Bastava seguir a cartilha que tudo aconteceria: arrumar uma fonte de renda, uma boa esposa, uma casa, uns anos sem filhos”, explica. E assim seguiu seu caminho. A aspiração, contudo, não evitou uma mudança de planos ao descobrir que seria pai de uma menina.
Como parte de seu planejamento, Maximilian conta como se manteve atento a todos os detalhes para o nascimento do primeiro filho. Com a segunda filha também não foi diferente: a experiência levou a alguns ajustes para o parto da caçula, programando-o para uma estação do ano com clima mais favorável ao bem estar do bebê.
Além disso, demonstra como a dedicação e a afetividade com as crianças estiveram presentes desde a gravidez, estreitando ainda mais os laços no nascimento. “Comecei a conversar com ele como fazia quando ele estava na barriga e a fazer massagem também. Acho que era disse que ele precisava: ouvir uma voz amiga e receber carinho porque logo ficou bom”, relata o momento do parto, enquanto acompanhava os cuidados da equipe médica com seu primogênito.
Como referência para sua atuação paterna, estão a lembrança e relacionamento que teve com seu pai. Relembra com carinho o tempo que seu pai dedicava a ele, a companhia nos almoços durante a semana de trabalho, as brincadeiras, as viagens de férias, a visita na empresa em que trabalhava. “Lido com meus filhos como se estivesse lidando comigo mesmo quando eu era criança”, explica. “Meu pai me ensinou a jogar xadrez, a andar de bicicleta, levava-me à fazenda. Faço o mesmo com meus filhos, mas procuro fazer mais do que meu pai fazia comigo”. Alimentação saudável é uma das preocupações que vão além do exemplo que Maximilian teve de seus pais.
A paternidade também foi um importante fator de transformação para ele. Começar a jogar futebol, fazer curso de caligrafia, buscar a tranquilidade no trânsito e o altruísmo em suas atitudes são algumas entre tantas mudanças pessoais que ele enumera como consequências positivas de ser pai. Seu objetivo é claro: ser um bom exemplo para os filhos, não somente no discurso, como também na prática. 'Quero que eles ‘façam o que eu falo e o que eu falo'”, ressalta.
Parte da educação de suas duas crianças, Maximilian possui de forma clara e precisa os valores transmitidos desde cedo a eles, pautados tanto na individualidade de cada um, quanto na relação que possuem com todo o universo que os cerca. “Procuro passar para eles para que cuidem de si (o que inclui saúde, dinheiro, ética), cuidem dos outros (família, irmãos, amigos, estranhos), cuidem do ambiente a sua volta (organização da casa, plantas, animais) e cuidem do tempo (aproveitando a infância, os bons momentos e planejando o futuro)”, explica.
Os desafios enquanto pai são muitos. Como comenta, o maior desafio para ele é “manter o equilíbrio entre o amor e a disciplina, entre formar um ser humano íntegro e ético, mas que não seja um tonto na mão de espertinhos. É prepará-los para a vida sem atropelar a infância deles”.
O segredo, para ele, é equilibrar sua atuação enquanto profissional, em casa e na escola dos filhos. Estar presente no local onde estudam, dedicar um tempo no final do dia para brincadeiras e refeições em família e estar com eles aos finais de semanas é imprescindível. Além de acompanhar o dia a dia, a proximidade permite que ele avalie e interfira prontamente no comportamento e na educação das crianças. “Por isso procuro ficar o maior tempo possível com eles, às vezes postergando a realização de interesses próprios”, complementa.
Diante de tanto empenho e comprometimento com o desenvolvimento de seus filhos, não existem dúvidas quando questionado sobre as recompensas de ser pai: “Ver o sorriso fácil deles, a alegria de brincar, a valorização de pequenos detalhes e vê-los resgatarem momentos únicos e marcantes de seus passados ainda curtos, de maneira ‘madura’, mas terna”.
Exemplo de paternidade ativa, o conselho de Maximilian para outros pais, de primeira viagem ou não, está baseada fortemente na dedicação que começa antes mesmo de ser pai, na concepção, e segue por toda a criação e convívio com os filhos. “Estudem livros, revistas, artigos científicos. Participem de palestras, conversem com outros pais”, recomenda. O maior objetivo, para ele, é preparar os filhos para trilharem seus próprios caminhos: “Aproveitem a convivência porque serão apenas alguns anos, os filhos vão embora e você seguirá sua vida”.
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